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Intoxicação acidental de crianças com medicamentos, atenção – remédio não é “melzinho”

Acabei de fazer algumas mudanças em um armário que armazena medicamentos aqui em casa, para segurança do meu filho de 2 anos, estes remédios foram para o andar mais alto deste armário, definitivamente agora ele não alcança. Temos que ter muito cuidado com os medicamentos que temos em casa, na faixa etária de 1 a 4 anos tivemos no Brasil em 2009, 7111 casos registrados, 20,41% de intoxicação por medicamento.

Um dos culpados, além dos pais que não tomam cuidados necessários, acaba sendo a própria indústria farmacêutica que procura cada vez mais tornar o aspecto e também o sabor dos remédios mais atraentes para facilitar a adesão ao tratamento, por outro lado propicia o maior número de intoxicações acidentais por parte das crianças.

O perigo está perto

Muitas pessoas fazem uso contínuo de algum tipo de medicamento, para diabetes, pressão, colesterol ou topiramato para enxaqueca, além de outros.

Com diversos medicamentos por perto, aumenta a possibilidade que as crianças possam ter acesso, aumentando o risco de pegar estes produtos e ingerir, causando intoxicações.

Estas pessoas que fazem uso contínuo de medicamento devem ter cuidado redobrado, pois o filho fica observando o pai ou a mãe tomando o remédio todo dia e acha que pode e deve fazer o mesmo.

Então, relembre seu filho dizendo a ele quem pode tomar, e mantenha sempre longe do seu alcance.

Estudos e pesquisas

Segundo um estudo publicado no The Journal of Pediatrics nos EUA, está ocorrendo um impacto crescente de intoxicações em crianças.

Dados indicam que na faixa etária até 5 anos concentra-se 22% dos acidentes com medicamentos.

Aqui no Brasil segundo dados do SINITOX – Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas, em 2009 (última atualização), ocorreram 26540 caso registrados de intoxicação humana por medicamento, na faixa etária de 1 a 4 anos tivemos 7111 casos registrados, representando 20,41%, sendo que a segunda faixa etária foi de 20 a 29 anos com 4911 – 18,91%, geralmente aqui se concentra os casos de tentativa de suicídios usando medicamentos.

Perceba que os casos de intoxicação com crianças dominam o quadro de registros.

Medicamentos longe das crianças

Especialistas em segurança lembram que a melhor maneira de evitar envenenamentos acidentais seria manter todos os medicamentos com segurança fora do alcance de crianças e jovens.

Quando a criança necessitar fazer uso de algum medicamento, não ofereça a ela como se fosse um prêmio, uma vantagem, um benefício, trate o remédio como remédio, apenas isso.

Lembre-se aquela frase que sempre está presente nas embalagens de medicamentos dizendo “Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças” não pode ser ignorada.

Remédio não é “melzinho”. É importante que a criança aprenda que remédio não é bala, doce ou refresco.

Silvano Vilela
Silvano Vilelahttps://www.plugbr.net/about/
Farmacêutico Bioquímico. Escreve sobre exames laboratoriais, testes de farmácia e tecnologia em saúde. Compartilha neste site que fundou em 2006 as experiências adquiridas dentro de um hospital.

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