A hepatite D conhecida também por Delta é causada pelo vírus D (VHD), considerada a forma mais grave de hepatite viral em humanos. O exame Anti-HDV é realizado para detectar anticorpos da hepatite Delta. O interessante é que este vírus D depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa, ocorre uma coinfecção em pacientes com hepatite B (VHB).
Na ocorrência da infecção pelo Vírus da Hepatite D (VHD), o Vírus da Hepatite B (VHB) empresta a este patógeno as partículas de HBsAg, que servirão de invólucro ao VHD, protegendo desta maneira a sua integridade e a capacidade de se tornar infectante aos humanos. (Estudo de José Carlos Ferraz). Poderíamos dizer que o vírus D da hepatite “pega carona” no vírus B para causar a doença.
A transmissão do vírus da hepatite D, assim como a do vírus B ocorre com o uso de drogas injetáveis, compartilhamento de agulhas contaminadas e contato sexual. Existem duas formas da doença: Coinfecção e Superinfecção.
Podemos suspeitar que uma pessoa tenha o vírus da hepatite D sempre que um paciente com infecção crônica pelo vírus da hepatite B apresentar piora súbita uma superinfecção ou, na hepatite B aguda, algumas semanas após a infecção primária, aparece uma recorrência dos sintomas, uma coinfecção.
Estudos experimentais e clínicos indicam que o vírus Delta mostra-se invariavelmente patogênico para a célula hepática e, dependendo do tipo de infecção, ocasiona formas graves de hepatite aguda, inclusive com morte ou frequente progressão para a cronicidade.
A hepatite delta aguda tem tendência a ser mais grave ou apresentar-se na forma fulminante, com mortalidade de 2 a 20%. A hepatite delta crônica é mais severa que as hepatites crônicas B ou C: cronifica-se cerca de 5% na coinfecção e de 50 a 7 0% na superinfecção e, desenvolve cirrose 60 a 70% destes.
Exame de sangue Anti-HDV
Surgem anticorpos da classe IgM 5 a 7 semanas após o início da infecção, enquanto anticorpos IgG aparecem apenas na fase de convalescência, em títulos baixos.
Pode estar presente tanto na fase aguda como na crônica da hepatite B. Uma maneira prática para saber se há coinfecção ou superinfecção é fazer o anti-HBc: sendo positivo o anti-HBc IgM, será coinfecção, e sendo positivo apenas o anti-HBc IgG, será superi nfecção.
Quando o HDV instala-se, consome o HBsAg, cujo título cai, podendo até negativar-se. Neste caso, curando-se a hepatite delta, o HBsAg volta a ser detectado.
Como é realizado o exame anti HDV
É recomendado jejum de 8 horas antes da coleta do sangue, a amostra será coletada da veia do braço do paciente com suspeita da doença, este material será levado a um equipamento automático para determinar se existe ou não anticorpos anti HDV.
O resultado geralmente fica pronto em dois dias, liberado pelo método ELISA como:
Não reagente, na ausência de Anticorpos da Hepatite Delta.
Reagente, quando é encontrado Anticorpo da Hepatite Delta (resultado positivo).
O diagnóstico da hepatite D deve ser considerada em qualquer indivíduo que é HBsAg positivo ou tem evidência de infecção recente por HBV.
