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Exame de HIV – Recomendações para realização em caso de exposição a situação de risco

Em outro texto sobre “fazer o teste de HIV” sempre perguntam sobre qual é o tempo necessário que se aguarde para fazer o exame de HIV depois de uma relação sexual ou alguma situação de risco que possa ter ocorrido uma infecção, neste texto vou fazer algumas considerações a respeito deste importante tema, abordando estudos, consensos, normas e recomendações existentes com relação à janela imunológica, anticorpos e testes laboratoriais.

A conhecida janela imunológica, período em que o resultado dos exames que pesquisam o vírus HIV (na verdade pesquisam anticorpos contra o vírus HIV) podem ser negativos mesmo na presença do vírus.

HIV e a janela imunológica

Nesta fase ainda não existe anticorpos suficientes para que o exame possa detectar.

O intervalo entre a infecção pelo vírus e a detecção dos anticorpos no soro do paciente varia muito em função das condições orgânicas da pessoa, da capacidade do agente viral e do tipo de exame (quanto à sensibilidade e especificidade).

Não espere aparecer sintoma, estima-se em dez anos o tempo médio entre o contágio e o aparecimento da AIDS, doença propriamente dita.

Como surgem os anticorpos que os testes de HIV pesquisam

Quando o vírus HIV entra no organismo o complexo sistema imunológico começa a agir para se defender, então, “cria” os anticorpos para combater o agente viral, e são eles, os anticorpos, que os exames de triagem detectam.

Anticorpos, sua  presença confirma a existência do vírus propriamente dito.

O aparecimento de anticorpos no soro de indivíduos infectados tornam-se detectáveis após curto período de tempo.

Alguns métodos pesquisam diretamente o vírus, cultura do vírus e detecção por genotipagem.

Sobre Janela Imunológica

Janela biológica ou imunológica intervalo entre a infecção pelo vírus da aids e a  detecção de  anticorpos anti-HIV pelos exames tradicionais.

Segundo o consenso para terapia anti-retroviral em adultos infectados pelo HIV (2008), no item métodos de diagnóstico da infecção pelo HIV, destaca:

O período total para a detecção de anticorpos, isto é, a janela imunológica, é a soma do período de eclipse (sete dias) e do período de detecção de anticorpos anti-HIV da classe IgM (22 dias), ou seja, em média 29 dias, já que em torno de 90% das infecções são detectadas nesse período.

Se um teste de detecção de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há possibilidade de um resultado falso-negativo, caso a pessoa esteja infectada pelo vírus.

Portanto, se o teste for feito no período da janela imunológica e o resultado for negativo, é necessário realizar um novo teste, dentro de dois meses, como segurança.

Pois, como visto, em 29 dias 90% soroconvertem e com 45 dias 99,99% sofrem a viragem sorológica se a pessoa estiver realmente infectada.

Quanto tempo depois de uma relação de risco deve ser feito o teste e onde procurar

O ministério da saúde recomenda que o teste anti-HIV seja realizado 60 dias após uma provável infecção.

Na maioria dos casos, a sorologia positiva é constatada de 30 a 60 dias após a exposição ao HIV. (Min da saúde).

Porém, existem raros casos em que esse tempo é maior, mas neste caso deve conversar com seu médico para que ele faça uma avaliação para constatar se existe tal probabilidade rara.

A rede SUS oferece o exame grátis nos postos de saúde ou CTAs – Centro de Testagem e Aconselhamento.

Se a sua localidade não conta com o serviço, procure os postos de saúde SUS no seu município e exija a realização do teste.

Existe uma equipe para esclarecer suas dúvidas e realizar todo procedimento com sigilo.

Testes 3ª geração são aqueles mais frequentemente utilizados, com uma janela média de 21 a 25 dias. Detectam anti HIV, além de teste rápido que se equivalem a esta classificação.

Quanto aos testes de 4ª geração que detectam o antígeno p24 e anticorpos anti-HIV, capazes de reduzir o tempo de detecção para até 14 dias, “No entanto, é importante investigar, que em caso de reatividade nesses testes, se a mesma é inerente à presença de anticorpos realizando-se os testes confirmatórios, uma vez que o diagnóstico da infecção pelo HIV baseia-se na soroconversão completa”.

O diagnóstico da infecção pelo HIV e regulamentado pela Portaria de Nº 59/GM/MS, de 28 de janeiro de 2003.

Depois desta portaria os testes não-reagentes ou negativo, terão seu resultado definido como ” Amostra Negativa para HIV “.

Outras publicações sobre HIV podem ser encontradas nestes textos do site e no site do MS.

Para pessoas que trabalham com a rotina de realização de exames de HIV, sejam testes rápidos, ELISA ou MEIA, uma proposta de curso para treinamento bastante interessante é o Telelab, já comentei sobre ele em outro post.

Para evitar passar por situações de risco, não só com relação ao contágio de HIV, mas com todas as outras DSTs, use sempre o preservativo,

Camisinha em todas as relações do início ao fim, é a melhor solução.

Silvano Vilela
Silvano Vilelahttps://www.plugbr.net/about/
Farmacêutico Bioquímico. Escreve sobre exames laboratoriais, testes de farmácia e tecnologia em saúde. Compartilha neste site que fundou em 2006 as experiências adquiridas dentro de um hospital.

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