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Redução do número de transplantes de órgãos em 2007 preocupa pacientes na fila

Recentemente recebi via blog, mais especificamente no post sobre doação de órgão, onde abordavamos a luta do colega Aldemir Silva para conseguir um transplante de fígado, o que não ocorreu e infelizmente acabou nos deixando, o referido comentário aborda uma questão relevante e preocupante no que tange a captação e transplante de órgão no país, mais especificamente no estado do Rio de janeiro.

O comentário foi enviado pela Regina, irmã de uma de uma pessoa que aguarda na fila do transplante de fígado, escreveu:

Os grandes desafios do nosso tempo nos transformam em alquimistas do século XXI. Trata-se de transformar MORTE em VIDA, recuperando áreas poluídas e devastadas, resgatando a cidadania de populações e grupos sociais alijados pela diferença e também viabilizando a doação e o transplante de órgãos para aqueles cujas vidas dependem disso.

Parece tão ou mais difícil do que transmutar metal em ouro: depende de desprendimento, compaixão, solidariedade e também empenho e eficiência da máquina púbdoar_orgao.giflica.

Falando de uma situação específica – os transplantes hepáticos, para exemplificar um problema macro:
->Entre 15 de julho de 2006 e 25 de janeiro de 2007, o número transplantes hepáticos no Estado do Rio de Janeiro alcançou a marca histórica de 54 cirurgias.>->No último semestre de 2006, o índice de transplantes no Estado foi de 10 cirurgias para cada 1 milhão de habitante. Este resultado está muito acima da média brasileira, aproximando-se dos melhores centros mundiais (por ex. Canadá: 14 cirurgias por milhão de habitantes).
-> A expectativa para o ano de 2007 era de que fossem realizados de 80 a 100 transplantes de fígado, o que significaria uma redução de 25 a 30% por ano na fila de espera pelo órgão. ->Em janeiro de 2007, 14 pessoas foram transplantadas.
-> Entretanto, de fevereiro a maio de 2007, apenas 16 transplantes de fígado foram realizados no Estado, baixando o índice para 4 cirurgias/milhão de habitante.
Apesar da doação de órgãos não ser ainda uma prática habitual na nossa sociedade, fica claro que há um problema na captação e coordenação do sistema, a cargo da RIO TRANSPLANTE – Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.
O que está acontecendo? Que providências o Estado está tomando para retomar o ritmo das cirurgias e fazer avançar fila de pacientes à espera de transplantes?
Permito-me invadir o seu espaço para divulgar esta situação e procurar apoio, ajuda para reverter a triste situação atual e recuperar os excelentes resultados da RIO TRANSPLANTE, instituição que já esteve entre as mais eficientes do país.

Os números:
Entre 1999 e 2002 – (4) cirurgias/milhão de habitantes,
Entre 2003 e 2006 – aumento para (6 a 7) cirurgias/milhão de habitantes,
Último semestre de 2006 – aumento para 10 cirurgias/ milhão de habitantes,
Último trimestre de 2007 – queda para 4 cirurgias/ milhão de habitantes.

Em matéria apresentada no mês de janeiro no jornal Extra:
JORNAL EXTRA • Sexta-feira 16 de fevereiro de 2007
Rio Transplante tem novo diretor, Walter Labanca assume programa, que passa a ser uma superintendência e ganha mais autonomia para acelerar fila.

No site Amigos do transplante, podemos ter mais informações, inclusive de que o superintendente que assumira no início do ano já foi substituído.

Ao que se apresenta a dificuldade que já era grande em anos anteriores, apesar de um crescente aumento do número de procedimentos e no último trimestre de 2006 terem melhorado bastante e conseguido alcançar uma marca recorde de transplantes, mesmo assim o gestor público da saúde no estado do Rio resolve mudar os comandos, certamente por interesses políticos, inerentes a estes cargos, agravado por demoras na indicação de substitutos, falta de perfil para o cargo dos membros indicados causam entrave e descontinuidades no processo, que tem como resultados redução na captação e transplantes, conseqüentemente menos pacientes transplantados e mais vidas perdidas.

As questões abordadas por Regina são constatadas através de dados e de outra opiniões como a do Edison Paixão que comenta e expõe seus motivos de não concordar com a saída do diretor que estava à frente do órgão em 2006.

Os gestores públicos deve buscar melhorias, criando e ajustando programas, o que não é visto, mas é freqüente o número de vezes que conseguem atrapalhar processos de trabalho que estão em andamento e funcionando bem dentro das instituições com indicações de cargo de confiança para pagamentos de acordos políticos, prejudicando todos que estão na fila do transplante aguardando ansiosamente um órgão.

Informe sua família a intenção de doar órgãos.

Depois deste artigo aqui no blog outros já surgiram, também preocupados com a questão dos transplantes.

Nota do jornal O dia de quinta feira, 21 de junho de 2007, sobre a queda no número de transplantes de órgãos e a angústia dos pacientes na fila.

Silvano Vilela
Silvano Vilelahttps://www.plugbr.net/about/
Farmacêutico Bioquímico. Escreve sobre exames laboratoriais, testes de farmácia e tecnologia em saúde. Compartilha neste site que fundou em 2006 as experiências adquiridas dentro de um hospital.

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